O projecto de informação comunitária lançado pelo PÚBLICO em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem nova edição em papel — gratuita com o jornal de 24 de Junho, no distrito de Lisboa.
É já este sábado que chega às bancas do distrito de Lisboa o sexto número do jornal Artéria, projecto de informação comunitária desenvolvido pelo PÚBLICO e apoiado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O suplemento de 24 páginas, todas elas escritas por voluntários (sob a supervisão de um jornalista profissional), tem como tema central “As pessoas”.
É nesse sentido que se enquadra a reportagem “Gente de Lisboa, Gente de Alcântara”, que faz a capa desta edição. Camila Tavares, estudante do 2.º ano do curso de Ciências de Comunicação, foi ao encontro de Jorge Flores, jornalista e autor do livro Gente de Alcântara, tentar perceber o impacto que este teve nos habitantes e na memória colectiva deste bairro. Um bairro tantas vezes esquecido e até algo marginalizado. “Por norma, os lugares ganham sempre às pessoas, pois estes ficam e as pessoas passam, mas na verdade são elas que fazem um bairro. Queria que essas histórias fossem contadas e ficassem registadas”, diz o autor.
É também merecedor de destaque o trabalho “Ainda há tascas em Lisboa?”, que dá conta de dois restaurantes lisboetas (A Tasca do Manel e O Velho Eurico), que não só insistem em não deixar morrer como apostam também em elevar o conceito de tasca. Por muito que os seus pratos típicos sejam a razão maior do sucesso são, contudo, as pessoas, a resistência e a resiliência tanto dos proprietários como dos clientes, quem mais tem ajudado a manter estes espaços de portas abertas.
Ainda neste sentido, merecem especial atenção a reportagem sobre os participantes da marcha da Santa Casa, um grupo de cerca de 50 pessoas que, durante alguns meses, vive e acorda a pensar nos ensaios e no desfile das marchas populares; e ainda um relato, na primeira pessoa, de Adão Conde, ilustrador e artista visual que tentou encurtar distâncias e assimetrias numa escola do bairro do Casalinho da Ajuda através do desenho.
A entrevista com Sofia Neuparth (investigadora e directora-fundadora do CEM – Centro Em Movimento), várias crónicas, um ensaio fotográfico sobre jardins lisboetas e uma visita à ARAL, associação que luta pelos interesses dos moradores da Alta de Lisboa, complementam a edição.
Recorde-se que o Artéria é um projecto de jornalismo comunitário – e vive, por isso, de voluntários, tanto na sua versão online, como na edição impressa, de periodicidade bimestral. Quem tiver interesse em fazer parte deste projecto e contar as histórias sobre a sua Lisboa pode enviar um e-mail para arteria@publico.pt, dando conta de como pretende dar o seu contributo. Todos os e-mails serão respondidos.