O PÚBLICO, através do projecto Artéria, convida os leitores a conhecerem melhor a história da principal avenida de Lisboa. Será a 10 de Dezembro, pelas 10h30, num passeio guiado pela presidente do Centro Nacional de Cultura. A participação é gratuita, basta inscrever-se.
Costuma fazer-se em sentido descendente, mas, desta vez, será ao contrário. O próximo passeio Artéria/PÚBLICO acontecerá a 10 de Dezembro, um sábado, pelas 10h30, e terá como tema a Avenida da Liberdade. A visita guiada, de aproximadamente duas horas, ao mais emblemático arruamento da capital portuguesa terá um percurso ascendente, entre as praças dos Restauradores e do Marquês de Pombal, e será organizada pelo Centro Nacional de Cultura (CNC). A participação será gratuita mediante inscrição (email para secretariado@publico.pt com assunto “Avenida da Liberdade”).
A condução do périplo caberá à presidente do CNC, Maria Calado, e incidirá sobre a evolução histórica da avenida e os aspectos urbanísticos, económicos, sociais, políticos e culturais com ela relacionados. O percurso permitirá aos participantes ficarem a conhecer não só as características mais importantes da evolução daquela via, mas igualmente as suas pequenas histórias e as curiosidades. Vai falar-se tanto dos diversos projectos para o seu embelezamento, ao longo das décadas, como da sua diversificada estatuária.
“Explicar-se-á por que é que a avenida surge, o seu contexto histórico, porque tem este nome, mas também todos os outros aspectos, incluindo alguns pouco conhecidos da maioria”, diz a responsável do CNC, a propósito da visita promovida pelo Artéria, o projecto de jornalismo comunitário do PÚBLICO apoiado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Há 25 vagas disponíveis.
“Não é uma vertente muito inclinada. Este é um percurso que se faz muito bem até lá cima. Vamos subindo e alternando as faixas da avenida, ora de um lado, ora do outro”, explica a historiadora e professora da arquitectura, que costuma guiar visitas temáticas no âmbito do programa regular de passeios organizados pelo CNC. A de 10 de Dezembro abordará não apenas o desenvolvimento desta alameda arborizada, mas também a sua relação com a envolvente, como a praça Marquês de Pombal, o Parque Mayer ou os Restauradores.
A opção pelo sentido ascendente do percurso justifica-se por essa ser a melhor forma de acompanhar as várias fases de implementação da avenida. No fundo, trata-se de seguir a linha cronológica do desenvolvimento desta fulcral artéria da capital portuguesa. “É a construção da Avenida da Liberdade que vai dar origem ao crescimento da cidade para Norte”, explica a historiadora sobre o momento em que, em finais do século XIX, se decide riscar o arruamento de inspiração parisiense a partir do restava do antigo Passeio Público.
“Nessa altura, Lisboa estava a desenvolver-se. A avenida, que acabou por adquirir uma simbologia e uma importância nacionais, surgiu como um espaço da modernidade, tanto arquitectónica, como política, social e artística”, explica Maria Calado, enfatizando o momento histórico em que tal sucedeu. O país atravessava então um ímpeto reformista na sequência das profundas alterações decorrentes da revolução liberal.
“Quando é construída, Lisboa estava a desenvolver-se urbanisticamente, com obras pensadas pela administração local. A cidade crescia não só para o rio, com a Avenida 24 de Julho, mas também para Norte”, destaca. Nascia nessa época uma Lisboa moderna, em consonância com a ascensão social da burguesia. Desde então, a avenida alcançou o estatuto de grande simbolismo que hoje ostenta, tanto a nível político como social. Não por acaso, a grande maioria dos desfiles e manifestações políticas e culturais continuam tê-la como palco.
O projecto Artéria (arteria.publico.pt) ganha corpo através da participação voluntária dos cidadãos. Quem tiver interesse em participar, contando as histórias da sua Lisboa, deverá enviar um e-mail para arteria@publico.pt, indicando como pode ser útil ao projecto. Todos os e-mails serão respondidos.
O Artéria é um projecto de jornalismo comunitário. É feito por voluntários, supervisionados por um jornalista profissional. Saiba mais em: https://arteria.publico.pt/o-projecto/
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