O PÚBLICO e o Artéria convidam os leitores a participar numa visita gratuita ao Jardim Garcia de Orta, uma das obras mais emblemáticas do Parque das Nações.
“Tinha acabado de fazer o meu Doutoramento e a cabeça estava a fervilhar de ideias, por isso está ali muito de mim e dos conhecimentos adquiridos, muitos deles inovadores para a época”. As palavras são de Cristina Castelo-Branco, arquitecta paisagista, investigadora, membro do Comité Científico Internacional de Paisagens Culturais-ICOMOS do Património Mundial-UNESCO, directora do Jardim Botânico da Ajuda entre 1997 e 2002. No seu longo currículo consta também o cargo de assessora-chefe de Arquitectura Paisagista da Expo’98 e directora do projecto do Jardim Garcia de Orta, espaço criado para Expo’98.
O objetivo passava, à data, por criar um espaço que reunisse muita da flora das antigas colónias sob domínio português, daí a escolha de alguém como Garcia de Orta para dar nome ao jardim, “um grande cientista”, dos primeiros naturalistas a trazer para a Europa informação sobre plantas medicinais exóticas e “a fazer ciência nesta área e não a partir do diz que disse”.
Cristina tentou respeitar esta herança e este conhecimento, sempre em colaboração com os especialistas locais. “Trabalhámos com os ‘sábios’ daquelas regiões, enviavam-nos as plantas de barco, por avião, plantámos cerca de 80 espécies novas de árvores e arbustos”. Confessa, com visível orgulho e entusiasmo, que houve muita inovação e muito risco. “Algumas pessoas não acreditavam que as plantas iriam resistir ao aquecimento global, o termo que se usava na altura”.
Cerca de 25 anos mais tarde, a arquitecta paisagista garante que a aposta foi ganha. Admite que a “área das herbáceas” já precisa de uma intervenção — “restaurou-se a parte dos pavimentos, mas ficou parada a parte da vegetação, devido à mudança de executivo” — conclui, ainda assim, que o balanço é extremamente positivo e até surpreendente, mesmo para quem acreditava ter feito as escolhas certas. Cerca de 85% das árvores e arbustos subtropicais” resistiu à passagem do tempo, à adaptação a um novo continente e às alterações climáticas.
O entusiasmo com que fala sobre o ‘seu’ jardim, será o mesmo com que receberá os participantes desta visita organizada pelo Público e pelo Artéria, pois será ela a cicerone. Uma oportunidade única e um privilégio.
A iniciativa terá lugar na manhã de sábado, dia 15 de Abril, entre as 10h e as 12h, sendo o ponto de encontro às 10h, junto à porta do Miryad by Sana Hotel. O número de participantes está limitado a 25 pessoas e as inscrições devem ser realizadas através do email secretariado@publico.pt — assunto “Visita Jardim Garcia de Orta”.
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