Nunca como hoje se fizeram ouvir tantas reivindicações associadas à vivência nas cidades. Do ambiente à mobilidade, passando pela habitação e pela qualidade de vida, são cada vez mais os cidadãos a mobilizarem-se. O Artéria convidou quatro deles, representado outras tantas razões para reivindicar, e vai debater as suas motivações. Será na próxima sexta-feira, 21 de Outubro, pelas 14h30, na sala de extracções da Lotaria Nacional, nas instalações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Será uma oportunidade para tentar perceber as motivações de um crescente número de cidadãos que se mobiliza em torno da discussão sobre os mais diversos aspectos da vida na cidade de Lisboa. O que, com frequência, e quando sentem necessário, os leva a tomarem posições, visando influenciar a gestão da comunidade. Umas vezes, contra, outras vezes, a favor. Outras vezes, nem uma coisa, nem outra, mas contribuindo sempre para uma reflexão sobre a questão em causa. Importa, por isso, saber quais os desafios relacionados com tal envolvimento na vida comunitária da maior urbe nacional.
Na próxima sexta-feira, 21 de Outubro, pelas 14h30, a sala de extracções da Lotaria Nacional, nas instalações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), no Largo Trindade Coelho, será o palco de mais uma conversa em torno do quotidiano da capital portuguesa promovida pelo Artéria, o projecto de jornalismo comunitário sobre Lisboa produzido pelo PÚBLICO com o apoio da SCML. O debate terá, como habitualmente, transmissão online (www.publico.pt/aovivo) nas plataformas digitais do jornal.
Moderada por Luciano Alvarez, jornalista do PÚBLICO, a conversa – a que qualquer pessoa poderá assistir no local, desde que não esteja preenchida a lotação da sala – terá a participação de quatro activistas, representando diferentes causas e formas de as defender. Mas todos eles unidos pela convicção arraigada de que a junção de esforços das pessoas interessadas com os destinos da comunidade é fundamental para se defenderem os direitos dos cidadãos. E, no caso, pugnar por uma melhoria de diferentes aspectos relacionados com a qualidade de vida em Lisboa.
São eles Pedro Miguel Santos, jornalista do projecto Fumaça, que lançou recentemente o manifesto “Árvores em todas as ruas de Lisboa”; Luís Mendes, dirigente do colectivo Morar em Lisboa, o qual tem lutado pelo direito a habitação digna na cidade; Laura Alves, defensora da mobilidade urbana em bicicleta e autora do livro “A Gloriosa Bicicleta”; e Rui Martins, fundador do grupo Vizinhos de Lisboa, que tem servido de base para a criação de múltiplos colectivos de moradores em algumas das mais populosas freguesias de Lisboa, realizando um trabalho de sistemática fiscalização cívica dos problemas encontrados em cada uma delas.
Nunca como hoje se fizeram ver e ouvir, e com tamanha expressividade, tantas causas associadas à vivência das pessoas nas cidades. Do ambiente à mobilidade, passando pela habitação e pela qualidade de vida, são cada vez mais os cidadãos a mobilizarem-se e a pedirem acções firmes, das autoridades locais e nacionais, para se enfrentarem os desafios crescentes da condição urbana. Ao mesmo tempo, a junção em torno dessas causas funciona igualmente como eco de um maior grau de exigência da sociedade civil.
As exigências desses movimentos têm sido, cada vez mais, potenciadas pelo poder reivindicativo das redes sociais. Através delas, um número crescente de vozes tem-se juntado ao debate, à tomada de consciência crítica e à assunção de posições. Uma realidade que, nunca como antes, tem obrigado os poderes políticos a considerarem tais reivindicações nos seus processos de tomada de decisão. A capital portuguesa não é excepção, como se tem assistido, por exemplo, no debate em torno da polémica ciclovia da Avenida Almirante Reis. Tudo isso será discutido na conversa de 21 de Outubro.