Ajude-nos a contar as narrativas da nossa Lisboa

O Artéria nasceu para dar a conhecer o que de melhor podem as pessoas fazer pelos bairros, ruas e freguesias onde habitam, quando para tal se mobilizam. Mas também evocar memórias. Melhor: é feito pelos cidadãos, coordenados por um jornalista. Passados sete meses de actividade editorial – e um ano de iniciativas centradas em Lisboa, como passeios, debates e workshops -, têm sido muitas as histórias contadas. Mas estamos sempre abertos a receber as narrativas que cada um tem para contar sobre a cidade. Em forma de texto, fotografias ou ilustrações.

Todos temos uma relação especial com o sítio a que chamamos casa. Não há nada de mais natural. Percebemos isso quando viajamos e, por alguma razão, a dada altura, começamos a notar falta das coisas, tangíveis e intangíveis, que moldam o lugar onde vivemos.

É a junção dessas características, em doses imprecisas e de formulação difícil de explicitar, a fixar a afeição de cada um a certo lugar. Embora, conceda-se, possamos sentir o mesmo em relação a uma pessoa ou a uma obra de arte. Afinal, também elas são difíceis de apreender na totalidade.

É claro que há graus muito distintos de nostalgia. Mas quem não teve já um arrepio quando, regressando a Lisboa, a observa em silêncio suspenso e reverencial, através da janela do avião, nos momentos a antecederem a aterragem? É a nossa cidade, sabemo-lo bem.

Tem gente e histórias com as quais partilhamos sentimentos de pertença a uma mesma comunidade. É isso que nos leva sempre a voltar, uma e outra vez. É como se a cidade fosse o nosso estuário, como o Mar da Palha é para o Tejo. Um pouco um palco, mas também o espelho da nossa alma.

Ocorre-nos, por mera ilusão ou até na maior das eventuais solidões, que ela funciona como testemunha das coisas mais importantes da nossa vida. Por isso, não nos cansamos de ouvir e contar histórias sobre Lisboa. Porque ela é feita de pessoas como nós.

Essa é a razão de ser do Artéria, projecto de jornalismo comunitário do PÚBLICO apoiado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. E do nosso mote: “Lisboa contada por quem a tem no coração”. Porque vivemos disso mesmo, das muitas narrativas que cada um tem para contar sobre a cidade. Queremos dar a conhecer o que de melhor podem as pessoas fazer pelos bairros, ruas e freguesias onde habitam, quando para tal se mobilizam. Mas também as histórias de outros tempos.

Online (artéria.publico.pt) e em papel (de dois em dois meses com a edição do PÚBLICO), o Artéria está aberto à participação da comunidade. Feito por voluntários que gostem de escrever, fotografar ou ilustrar, tem a minha coordenação editorial. Quer participar? Envie-nos um email para arteria@publico.pt, dizendo-nos como gostaria de contribuir para o Artéria. Terá sempre resposta da nossa parte. Ajude-nos a contar as narrativas da nossa Lisboa.

Coordenador editorial do Artéria