Uma visita guiada pela mais estimulante arte urbana do momento em Lisboa

A 2 de Julho, o PÚBLICO, através do projecto Artéria, promove uma visita guiada para tomar o pulso à arte urbana em Lisboa. O circuito, idealizado pela Galeria de Arte Urbana, incidirá sobre a zona oriental da cidade e é de participação gratuita.

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Nuno Ferreira Santos/Arquivo Público

A rápida capacidade de reacção aos mais diversos estímulos estéticos e sociais e, por isso, uma considerável aptidão para reflectir o ar dos tempos fazem da arte urbana um bom barómetro de uma comunidade. Pois ela estabelece sempre diálogos com a envolvente. Tendo tal pressuposto em mente, realiza-se na manhã (10h) de 2 de Julho, um sábado, mais uma visita guiada do Artéria, novo projecto de jornalismo comunitário dedicado a Lisboa, promovido pelo PÚBLICO com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). O roteiro incidirá sobre a zona oriental da cidade e será organizado pela Galeria de Arte Urbana (GAU) da Câmara Municipal de Lisboa.

Quem se inscrever no passeio terá oportunidade de observar trabalhos desenvolvidos aquando da última edição do Festival Muro, ocorrido em 2021. No circuito idealizado pela GAU, que pertence ao Departamento de Património Cultural (DPC) da câmara da capital, será explorada a monumentalidade das obras realizadas no Bairro Casal dos Machados, passando-se depois para trabalhos mais pequenos na Avenida de Pádua e, de seguida, também se poderá ver o Espaço de Pintura Livre que foi aberto no Passeio do Báltico, do Parque das Nações. Serão assim observadas diversas formas e técnicas de expressão artística.

O itinerário, com uma duração de cerca de duas horas e meia e que terá pouco mais de dois quilómetros de extensão, privilegiará então essa capacidade de comunicação e de estabelecer pontes da arte urbana, no caso concreto entre as obras feitas recentemente em bairros de habitação municipal e a arte pública criada aquando da Expo’98. “Teremos oportunidade de observar diferentes aspectos da criação em espaço público, cruzando a arte urbana nos dias de hoje com a arte pública dos anos 1990. Será uma forma de diálogo interessante”, afirma Hugo Cardoso, coordenador da GAU e um dos dois guias que conduzirão o passeio organizado pelo Artéria.

“O percurso que vamos ver responde também àqueles que têm sido os objectivos do GAU, desde a sua criação em 2008, reflectindo a descentralização cultural e artística dentro do território da cidade e, ao mesmo tempo, apostando na valorização do património”, explica o responsável, salientando o cada vez maior nivelamento no reconhecimento e na legitimação da arte urbana, que deixou de ser vista como um parente pobre da arte pública. E isso vê-se em Lisboa. Tanto que, com frequência, esta forma de expressão é contemplada como um dos atractivos para quem a visita.

“A grande diferença entre ambas as formas de expressão tem que ver com a efemeridade da arte urbana, mas já não se põe em causa a sua valia, como antes acontecia. A arte urbana tem hoje um papel central em Lisboa, trouxe uma valorização enorme à cidade. Somos muitos procurados por causa disto”, salienta Hugo Cardoso, falando de um conseguido “processo de ‘desguetização’ da arte urbana”. Tanto que, destaca, os materiais de promoção turística da cidade já colocam esta forma de expressão artística a par da azulejaria e da calçada portuguesa.

“Há muito que ver em Lisboa. Mesmo que dedicássemos uma semana a ver graffiti e arte urbana na cidade, não veríamos tudo”, garante o coordenador da GAU. A visita de 2 de Julho permitirá ainda observar as imensas versatilidade e ubiquidade das formas de arte urbana, mostrando a sua pertinência em contextos tanto de propriedade pública e privada, como do espaço público.

Para quem se desloca de transportes públicos, o ponto de acesso mais expedito à visita será a estação de metro de Moscavide (linha vermelha). O roteiro tem início na entrada da Rua Padre Joaquim Alves Correia, percorrendo, de seguida, o Bairro Casal dos Machados. Depois, o itinerário apontará em direcção à Avenida de Pádua, onde existem dois pontos de saída nas estações de Metro de Cabo Ruivo ou Oriente.

A participação é gratuita, mediante inscrição prévia por e-mail (secretariado@publico.pt, com o assunto “Passeio Arte Urbana”), e está limitada a 25 participantes.

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