Início da operação da Carris Metropolitana estará em debate no Artéria a 26 de Maio

O novo projecto de informação comunitária com a marca do PÚBLICO promove mais um debate dedicado a pensar Lisboa. A 26 de Maio discute-se o ambicioso projecto de reconfiguração da rede de autocarros públicos em curso na Área Metropolitana.

Foto
LUSA/MANUEL ALMEIDA

Alguns terão já ouvido falar do assunto, mas a maior parte dos potenciais utilizadores do sistema de transportes públicos da região da capital talvez ainda não se tenha apercebido da real dimensão da revolução prometida pelo início da operação da Carris Metropolitana. A nova marca sob a qual circularão, num processo a começar a 1 de Junho, quase todos os autocarros da Área Metropolitana de Lisboa vem com uma ambição bem superior à da uniformização da imagem, patente na cor amarela das viaturas. “Andar de autocarro na região de Lisboa vai finalmente deixar de ser complicado?” será, por isso, o mote do segundo debate, a 26 de Maio (15h), promovido pelo Artéria, novo projecto de informação comunitária do PÚBLICO apoiado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e que, em breve, estará disponível em site próprio alojado em publico.pt.

Na discussão promovida pelo Artéria participarão José Manuel Viegas, especialista em transportes, professor emérito da Universidade de Lisboa, Fernando Nunes da Silva, professor universitário especializado em transportes e ex-vereador da mobilidade na Câmara Municipal de Lisboa, e Avelino Oliveira, professor de arquitectura, planeamento urbano e políticas públicas. A conversa decorrerá online, através da plataforma Ao Vivo, e será moderada por David Pontes, director-adjunto do PÚBLICO.

O início da operação da Carris Metropolitana vem acabar com todas as marcas dos serviços de autocarros de transporte público da Área Metropolitana de Lisboa, com excepção dos concelhos de Lisboa, Cascais e Barreiro, onde as empresas municipais de transporte público se manterão, através das marcas Carris, MobiCascais e TCB – Transportes Colectivos do Barreiro. Primeiro, a partir de 1 de Junho e apenas em parte da Margem Sul (nos municípios de Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal), e um mês depois em toda a restante região, começa a operar a nova rede, correspondendo ao que se afigura como o mais ambicioso plano para a criação de uma rede integrada de autocarros urbanos e suburbanos alguma vez implementado em Portugal.

A somar ao substancial aumento da oferta das linhas e da periodicidade das carreiras, a marca e a imagem uniformizadas da Carris Metropolitana terão correspondência numa gigantesca simplificação do sistema tarifário. É que, além do uso comum do passe Navegante, se reduzirá a oferta dos actuais 902 títulos individuais de uso ocasional para apenas três tarifas planas (a local, a urbana e a rápida), com duas opções de tipologia: pré-comprada (“zapping”) e comprada a bordo. Os passageiros deixarão assim de ter de pensar muito de cada vez que entrarem num autocarro para irem de um sítio para outro nesta imensa região, com 18 municípios e 2,8 milhões de potenciais utilizadores.

Mais importante, haverá um aumento de 35% da oferta de transporte público rodoviário na área metropolitana, correspondendo à existência de 820 linhas, das quais 160 serão novas. A numeração das mesmas será uniformizada, com as carreiras a terem quatro dígitos, e haverá um código de cores para facilitar a leitura da rede pelos passageiros. Não menos importante, a oferta será assegurada por um total de 1600 autocarros ao serviço, dos quais 1400 serão novos, dispondo de wifi gratuito, ar condicionado e portas USB para carregamento de dispositivos electrónicos, numa operação que corresponde a um esforço financeiro de 1200 milhões de euros.


O artigo foi alterado às 14h33 de 25 de Maio de 2022 para alterar informação relativa ao formato do evento (devido a questões relacionadas com o protocolo de segurança covid-19, o evento decorrerá exclusivamente em formato digital).

Sugerir correcção
Comentar