Há um “museu aberto” nas estações do metro de Lisboa

Visita do projecto Artéria será dedicada às obras de arte e intervenções plásticas criadas em exclusivo para cinco das estações da rede.

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Estação do Saldanha Margarida Basto
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Estação de Arroios Daniel Rocha
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Estação de S. sebastião Ricardo Lopes
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Estação do Areeiro Ricardo Lopes
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Estação da Ameixoeira Ricardo Lopes
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Estação da Quinta das Conchas Ricardo Lopes
,Trânsito rápido
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Estação do Jardim Zoológico Margarida Basto
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Estação do Campo Pequeno Margarida Basto
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Estação da Bela Vista Margarida Basto
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Estação do Campo Grande Margarida Basto
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Estação de Alvalade Margarida Basto
,Aeroporto
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Estação do Aeroporto Margarida Basto
Trânsito rápido
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Estação dos Restauradores Margarida Basto
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Estação do Martim Moniz Margarida Basto
,Trânsito rápido
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Estação das Laranjeiras Margarida Basto
Alameda
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Estação do Cais do Sodré Margarida Basto
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Estação do Martim Moniz NUNO FERREIRA SANTOS

O que começou como uma operação de humanização de uma infra-estrutura de transporte público então nova no país acabou, com o investimento continuado de décadas, por se converter num caso único de valorização patrimonial da cidade. Esta pode bem ser a súmula da relação das estações do Metropolitano de Lisboa com a arte pública nelas presente.

“Trata-se do museu de arte contemporânea mais visitado de Lisboa. É o mais acessível, por ser o mais barato e por estar aberto os 365 dias do ano. Uma viagem de metro em Lisboa permite dar a conhecer o trabalho de muitos dos melhores artistas plásticos e arquitectos nacionais, com as obras deixadas em cada estação”, enfatiza Helena Taborda, porta-voz do Metropolitano de Lisboa e responsável pela organização e condução de visitas guiadas ao património da empresa. “Há uma clara democratização do acesso à arte na rede de metro. Os passageiros acabam por ter, no seu dia-a-dia, um contacto próximo com o trabalho de artistas que, noutra circunstância, não teriam”, refere.

E por toda a rede há obras de artistas como Vieira da Silva, Arpad Szenes, Cargaleiro, Maria Keil, Júlio Pomar, Pedro Cabrita Reis, entre muitos outros. Assim como há estações concebidas por arquitectos como Nuno Teotónio Pereira, Siza Veira ou Tomás Taveira. Descobrir um pouco deste museu público será o tema central da sexta visita guiada Artéria, projecto de jornalismo comunitário dedicado a Lisboa, produzido pelo PÚBLICO com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O passeio, com um número de máximo de 25 inscrições, será na manhã (10h) de 23 de Julho, um sábado, e percorrerá cinco estações, nelas se analisando alguns dos melhores exemplos da rede.

A preocupação em tornar mais aprazíveis os espaços comuns das estações do transporte ferroviário urbano lisboeta vem da primeira hora. Logo quando a rede foi inaugurada, em Dezembro de 1959, os passageiros puderam beneficiar do trabalho cuidado e específico tanto do arquitecto Keil do Amaral como da artística plástica Maria Keil, que conceberam uma cenografia uniforme ao conjunto das 11 estações então existentes. O objectivo da administração da empresa pública daquela época era o de amenizar as condições de utilização de uma estrutura eminentemente utilitária, tendo em conta o quão impessoais e incaracterísticos eram equipamentos semelhantes existentes noutras cidades. A prática institucionalizou-se, acompanhando os sucessivos alargamentos da rede.

Se, nessa primeira fase, se manteve a linha original, onde o azulejo desenhado por Maria Keil era uma constante nas estações, entre 1988 e 1993 operava-se uma pequena revolução. Até então, as estações tinham dois átrios e muitos corredores estreitos. As novas estações de Colégio Militar/Luz, Alto dos Moinhos, Laranjeiras, Cidade Universitária e Campo Grande foram concebidas com átrios centrais, por questões de facilidade operacional e de maior segurança. “Com estes espaços mais amplos, criou-se um novo conceito de estação, mas também de abordagem artística. Passou a haver essa possibilidade de preencher o espaço com criação artística, tornando-o mais atractivo”, explica Helena Taborda.

Desde então, e de forma cada vez mais inequívoca, passou a associar-se o conjunto das estações do Metropolitano de Lisboa ao acervo de obras de artes plásticas expostas nas suas paredes, tanto nos átrios como nos cais. Os lisboetas têm essa percepção. Mas não só. Em 2017, a estação da Olaias, da autoria do arquitecto Tomás Taveira, foi considerada “uma das mais bonitas no mundo”. “Sempre que possível, e que haja recursos financeiros para isso, opta-se por encomendar obras de arte para as estações”, explica a porta-voz da empresa de transportes. As duas únicas excepções recentes, e precisamente por questões orçamentais, foram as estações da Encarnação e de Moscavide, na Linha Vermelha, com os interiores das mesmas a resultarem por inteiro do traço dos arquitectos que as conceberam.

O passeio Artéria/PÚBLICO de dia 23 de Julho terá início na estação de Oriente, seguindo-se a visita comentada às estações das Olaias, do Saldanha e de São Sebastião, na Linha Vermelha. Mudar-se-á então para a Linha Azul, onde se tomará contacto e analisarão as intervenções artísticas realizadas na estação Parque. Com duração prevista de duas horas, o périplo deixa ainda em aberto a sua eventual conclusão na gare Baixa-Chiado, consoante a gestão do tempo dedicado às anteriores paragens.

A participação neste passeio Artéria é gratuita, mediante inscrição prévia por e-mail (secretariado@publico.pt, com o assunto “Passeio Arte Metro Lisboa”) e está limitada a 25 participantes. A utilização de máscara sanitária será obrigatória, cumprindo-se assim as regras em vigor nos transportes públicos e nas infra-estruturas a eles associadas.

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